Figura 1 - Biombo, período Momoyama,
1593-1600
|
Figura 2
Pormenor de biombos
mostrando os "bárbaros do Sul"
atribuídos a
Kano Domi, entre 1593 e 1600
|
A origem do nome “Namban” vem de “Namban-jin”,
ou “bárbaros do sul”, termo com que os japoneses apelidaram os portugueses,
quando estes chegaram ao arquipélago em 1543. Esta palavra passou então a ser
sinónimo, na História da Arte japonesa, das obras de arte que surgiram após os
primeiros contactos entre os japoneses e cristãos, principalmente durante o
“século cristão”.
A pintura desenvolvida neste período foi
principalmente ligada à arte sacra e à evangelização (influência dos jesuítas
sobre os japoneses) e biombos, e foi desenvolvida a Escola de Kalo, para o
aperfeiçoamento desta arte.
Figura 3 "Bárbaros do Sul" atribuídos a Kano Naizen, 1570-1616 |
Estas obras da arte namban, revelam a circulação de pessoas,
objetos e materiais, assim como os mecanismos complexos de encomenda e a rede
de trocas comercias que existiam durante a primeira globalização da economia.
Uma das maiores coleções de arte namban está preservada no Museu da
cidade de Kobe, no Japão. No entanto, também, em Lisboa, no Museu Nacional de
Arte Antiga se pode ver uma importante coleção de biombos namban que mostram portugueses a negociar com japoneses.
A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu o seguinte
poema para descrever os biombos namban utilizando
metáforas para mostrar a sua preferência pelos japoneses.
Os biombos Namban contam
A história alegre das navegações
Pasmo de povos de repente
Frente a frente
Alvoroço de quem vê
O tão longe tão de pé
Laca e leque
Kimono camélia
Perfeição esmero
E o sabor de tempero
Cerimónias mesuras
Nipónicas finuras
Malícia perante
Narigudas figuras
Inchados calções
Enquanto no alto
Das mastreações
Fazem pinos dão saltos
Os ágeis acrobatas
das navegações
Dançam de alegria
Porque o mundo encontrado
É muito mais belo
Do que o imaginado
Sophia
de Mello Breyner Andresen
Fontes:
Beatriz Alexandre, 8ºAnoA
|
Sem comentários:
Enviar um comentário